quinta-feira, outubro 14

EU


Ainda bem pequeno, com a alma muito pura
Viajou nos sonhos da mãe e sonhou em ser frei;
Com o avô, cuidando de galinhas, porcos e cavalos
Achou que sua vocação era a de ser veterinário;
Quando foi seduzido pelos filmes de aventuras na tv
Resolveu que um dia seria nas telas um famoso ator;
Como não gostava de carrinhos de plástico e bola
Mergulhou no mundo dos quadrinhos e resolveu ser desenhista;
Vendo o sofrimento pela doença de um irmão
Pensou até ser um dia um médico cirurgião;
Depois se encantou pelas músicas nordestinas
E achou que poderia ser um cantor ou compositor;
Descobriu um mundo não muito honesto e feliz
E achou que sendo político poderia muda-lo;
Acostumado com a companhia dos livros
Tentou em vão ser um grande escritor;
Cresceu, apaixonou-se e virou pai de família
Levou até onde deu e tentou tudo recomeçar;
Passados os sonhos e vivendo na pura realidade
Finalmente ficou feliz ao perceber que era simplesmente:
EU!

3 comentários:

Mavis disse...

Sonhos não morrem, só adormecem na alma da gente...
Me sinto feliz de conhecer uma pessoa tão linda como tu! Fica feliz com teu "EU"...ele é lindooo.
Adoro tu, meu amigo!

Bárbara disse...

Não ser político, médico, ator, cantor ou frei só deixam uma coisa bem clara:
Tu tem uma das coisas mais difíceis, a clareza de saber quem você é e o que você quer fazer pelos próprios pés, e não enfrentando sonhos fulgazes ou vivendo uma profissão ditada pela família. Ser você é o mais puro e simples modo de se ter paz, fazendo somente aquilo que te faz bem e feliz. Pra chegar no final da vida, olhar os cabelos brancos, asmãos trêmulas e as rugas e dizer: Valeu a pena.
Amo-te.
Minina Bárbula.

Humberto Orcy da Silva disse...

Muito bonito, meu camarada.