terça-feira, abril 28

ROSA BRANCA


O celular vibrou no silencioso entre os dedos de Valmir. Ele saiu sorrateiro da cama e fechou a porta do quarto. Vestiu-se e foi ao jardim. Colheu todos os botões de rosas que havia e voltou ao quarto na ponta dos pés.
Depôs os botões um a um sobre o corpo adormecido de Vera. Cobriu toda a cama. Ficou praticamente só o rosto de sua amada esposa a vista. O resto era um grande arranjo de rosas vermelhas, brancas e rosas.
Quem olhasse teria a impressão que ela estava em seu leito de morte coberta de flores, mas para Valmir era a maior obra de arte que alguém poderia criar. Um mar de rosas e no meio o rosto de sua amada.
Saiu novamente do quarto em silêncio e foi para a cozinha. Fez um café bem forte como ela gostava e preparou uma torrada só com queijo, como também ela gostava.
Pôs o desjejum cuidadosamente feito em uma bandeja e voltou ao quarto.
Com ternos e delicados beijos acordou a mulher amada.
_Bom dia amor! Preparei teu café benzinho! – Vera coçou os olhos como toda mulher faz ao acordar e sorrio com satisfação.
_Meu amor... Que lindo... Não precisava! – levantou-se ficando sentada na cama. Só então viu o mar de rosas em que estava coberta.
_Que lindo amor! – puxou Valmir pela gola da camisa e deu-lhe um sonolento e gostoso beijo. Viu a torrada de queijo com a xícara de café fumegante a sua espera e beijou-lhe novamente.
_Te amo meu amor! – Falou dengosamente Vera ao orgulhoso marido. Pegou a xícara e olhou para o despertador no criado-mudo.
_Meu Deus! – gritou -. Já são sete horas! Estou atrasada e pulou da cama quase derrubando o café e fazendo uma cascata de botões de rosas cair sobre o carpete cinza.
_Tenho uma reunião as sete e meia! Porque não me chamou antes?
_Ai amor...Quis fazer essa surpresa pra ti! – respondeu Valmir com os olhos a correr do corpo nu da esposa para as rosas que ainda caiam. Ela ainda parou emocionada com a surpresa que lhe era oferecida pelo marido e beijou-lhe rapidamente a face.
_Adorei amor! Mas é muito importante a reunião de hoje, vou vestir-me em um segundo e tomo o café na cozinha para não me atrasar – foi dizendo enquanto ia vestindo-se -.
_Mas amor e o café que lhe fiz?
_Adorei amor! Mas estou atrasada –vestia-se – mas não vou ter tempo nem de tomar banho.
_Mas...
_Leva a bandeja para a cozinha. Tomo lá! Estou atrasada!
Valmir engoliu um seco e fez o que lhe foi pedido. Ainda teve o cuidado de colocar na mesa ao lado da bandeja um botão de rosa branco, pois sabia que era a rosa preferida de Vera.
Vera chegou já vestida e penteando-se foi logo abrindo a janela da cozinha. Olhou para o jardim...
_Desgraçado! – gritou – Tu acabou com o nosso jardim! Acabou com as nossas roseiras!
_Mas amor...
_O que tu tem na cabeça imbecil! Quanto tempo levamos para fazer esse jardim e tu acabastes com ele com esta palhaçada! – Virou-se para tirar satisfações do idiota, mas ele já entrava no quarto e batia a porta.
_Como pode ser tão imbecil? – perguntava-se em altos brados aos sentar-se em frente à bandeja que Vilmar havia lhe preparado. Pegou com raiva e pressa a xícara de café. Ia levar aos lábios quando ouviu um estampido vindo do quarto.
_Valmir... – gritou e correu em direção ao quarto, e na mesa ficou uma intocada torrada de queijo e uma fria xícara de café ao lado de uma botão de rosa branco.

Um comentário:

Bárbara disse...

Sem palavras. Stanis como tu é bom. tu é muito bom. muito bom. ótimo. tu é excelente. tu é fantástico. isso foi demais. excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!excelente!


Parabéns,meu muso!