sexta-feira, fevereiro 9

SuperBacci


Ao mesmo tempo em que o governo Yeda tenta colocar o vice Feijó para baixo do tepete, o Secretário da segurança, Enio Bacci está sendo apresentado como o grande herói. Está recebendo do governo e da grande mídia um mega destaque.
Mas apesar de ter havido algumas melhorias conforme a mídia e o governo informa, acho ser um pouco cedo demais para ficar contando as favas. A polícia tem agido com firmeza e tem feito muitas prisões e matado muitos “bandidos”. Pelos números apresentados pelo secretário e a governadora, a chamada bandidagem tem recuado.
Mas até quando?... Não que eu ache que se deva dar mole pra estes caras, mas achar que eles simplesmente vão ficar intimidados e deixarão de cometer delitos é uma piada. Se a polícia endurece no combate ao crime, a lógica é que o criminoso endureça também. Esta é uma das lógicas de uma guerra. Recua-se ante um poderoso exército, se fortalece e volta-se a ofensiva!
O que eu temo é que em determinado ponto, o comando perca a direção e comece a haver excessos a torto e a direito.
Não é novidade no Brasil, - e a própria mídia que apresenta o SuperBacci comprova isto – o uso de uma força truculenta e muitas vezes desnecessária por parte de policiais e que acabe fazendo vítimas inocentes.
_Há poucos dias, um defensor do uso irrestrito da força – e que defende a tese do “bandido bom é bandido morto” – me disse que o número de inocentes que pode vir a morrer nestes casos é muito insignificante. Claro que ela não me repetiria isto se estivesse chorando a beira do caixão do próprio filho.Penso que o governo deva fazer o seu trabalho de casa mas evite a bravata. Ainda é muito cedo para cantar vitórias ou será que isto está apenas servindo de cortina de fumaça para encobrir um governo que parece que não consegue mostrar a que veio?

2 comentários:

Anônimo disse...

Stanis: Tenho o pressentimento de que esta história ainda vai acabar mal. Concordo que violência atrai mais violência. Meu medo é que "civis" inocentes também paguem a conta. Não acredito que a morte de um inocente sequer seja insignificante. Do jeito que a coisa anda, se o sujeito for negro e pobre e andar pela rua à noite já é suspeito; se for abordado e não gostar da atitude dos policiais é inapelavelmente culpado e não faltará a nossa grande imprensa (ZH, é claro) para justificar qualquer arbitrariedade que seja cometida. Estamos caminhando para um estado Policial? Brrr.....Já estou com as barbas de molho.

Stanis Fialho disse...

E o lamentável Jens, é que se formos as ruas perguntar ao povo -e isso em todas as classes, mas principalmente nas mais privilegiadas -, há uma aprovação dos métodos, quase que unânime, vamos encontrar uma posição contrária somente entre aqueles que sofrem ou sabem que podem vir a sofrer estes abusos.
Abraço!